Laboratório de Escrita para Teatro: Dramaturgias Políticas Contemporâneas | Memória e Resistência


Laboratório de Escrita para Teatro:
Dramaturgias Políticas Contemporâneas | Memória e Resistência

Nesta oficina teórico-prática iremos investigar a política da escrita teatral, através da genealogia, limites e objetos das dramaturgias políticas, com o objetivo de no final do curso cada formando escrever uma peça curta de teatro, através de procedimentos do teatro do real e ficcional, usando como tema a Memória e a Resistência

A proposta é através da partilha da pesquisa académica de Ricardo Correia, investigar a dramaturgia contemporânea de pendor político, associada à proliferação de várias práticas de criação no século XXI, entre elas o que se designa por teatro do real e teatro ficcional.

Deste modo pretendemos analisar de que forma evoluíram os processos e metodologias de escrita de pendor político; Quais os processos, metodologias e decisões que decorrem, entre a escrita e encenação, em termos de autoria, autenticidade, ética, teatralidade; De que modo a escrita de pendor político absorveu mecanismos e processos de pensamento e estruturas da sociedade nos seus conteúdos e formas dramáticas; Quais as consequências da dramaturgia de pendor político na transformação da sociedade.

(c) Carlos Gomes/Casa da Esquina

Descrição:

1) Enviar previamente textos teóricos e peças para leitura individual em casa;
2) Enquadrar historicamente, a partir de contributos teórico-práticos a origem da dramaturgia política até aos dias de hoje; Relação entre Teatro e Política. Exemplos e debate de práticas artísticas;
3) Analisar peças e registo de espetáculos sobre Memória e Resistência, entre elas: Peças do Teatro Operário de Paris; Exílio(s) 61-74; entre outras;
4) Discussão das questões de autenticidade, apropriação e autoria;

5) Debater com outros autores de teatro a sua prática e lugar da escrita para teatro;
6) Exercitar a escrita para teatro usando mecanismos de escrita ficcional e documental e seus elementos comuns;
7) Leitura e revisão da escrita dos formandos (edição, estrutura e narrativa);
8) Finalização individual da forma dramática;
9) Publicação digital das peças selecionadas;
10) Leitura dirigida e debate sobre as peças selecionadas.

(c) Carlos Gomes/Casa da Esquina

No final do curso, um comité do projeto (Casa da Esquina| Ricardo Correia, #ECOS |Sónia Ferreira, Jorge Louraço e mais um criador a indicar) selecionará um conjunto, da totalidade das peças produzidas, para publicação digital.
Uma sessão com leitura dirigida e debate sobre as peças finalizadas estão estimadas num calendário a definir entre novembro de 2021 e abril de 2022.


Coordenação:

RICARDO CORREIA (Portugal |1977) 

Diretor Artístico da Casa da Esquina, estrutura de criação e programação de Coimbra, com apoio sustentado da DGartes para o quadriénio 2018-2021 onde desenvolve trabalho de criação transdisciplinar em regime colaborativo, investindo numa dramaturgia original, de mediação entre o real e a ficção, do arquivo como prática, implicando o documental, o autobiográfico, a pós-memória e o questionamento do território.

Desde 2001 que trabalha em teatro, cinema e televisão como ator, dramaturgo e encenador. Representado pela Agente a Norte. Encenou mais de uma vintena de espetáculos, apresentados em vários teatros, escolas, festivais prestigiados (FIT em Belo Horizonte, BE Festival em Birmingham) e em várias geografias internacionais (Vigo, Santiago de Compostela, Rio de Janeiro, São Paulo, Leipzig, Londres, Newcastle, entre outros).

É autor de cerca de uma dezena de textos para teatro. Uma compilação de peças de 2014-2017, com o título O meu país é o que o mar não quer e outros peças está editada pela Imprensa da Universidade de Coimbra, na coleção Dramaturgo| 2019. A sua peça Call Center, foi editada pelo Teatro Nacional D. Maria II & Bicho do Mato, no volume Laboratório de Escrita para Teatro – Textos 2017/2018 (coord. Rui Pina Coelho). A peça Exílio[s] 61-74 está editada em França com edição bilingue pela editora Les Presses universitaires du Midi da Universidade de Toulouse – Jean-Jaurès (UT2J) da antologia Frontières da Colecção Nouvelles Scènes, 2020. Uma compilação de peças com o título Eu uso Termotebe e o Meu Pai Também e outras peças está editada pelos Livrinhos dos Artistas Unidos, 2021.

Leciona desde 2013 como Professor-Adjunto convidado na Licenciatura de Teatro e Educação da ESEC/IPC (interpretação, dramaturgia e encenação) e de 2015 a 2018 como Assistente convidado na Licenciatura em Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra. Detêm o Título de Especialista em Teatro desde 2016. Investigador do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc. XX da Universidade de Coimbra. Doutorando em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra desde 2018 com o projeto “Dramaturgias Políticas Contemporâneas – More than Words?Mediações entre o Teatro do Real e o Teatro Ficcional”.

Como Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou a London International School of Performing Arts – método Jacques Lecoq (2013). Mestre em Teatro, especialização em Encenação, pela Escola Superior de Teatro e Cinema (2010). Desde 2015 codirige o Clube de Leitura Teatral (Teatro Académico de Gil Vicente/A Escola da Noite). Foi Júri da Êcole de Mâitre – curso internacional de aperfeiçoamento de atores desde 2014 até 2018. Em 2019 ganhou a melhor tradução de texto para português no EURODRAM, com Caldarium de Sabrina Mahfouz, traduzido do inglês. Pertence ao coletivo Iberoamericano de Creadores en red sin fronteras – DNI+D. Formações de escrita para teatro com Rui Pina Coelho/TNDMII, Simon Stephens, Roland Schimmelpfennig, José Sanchis Sinisterra, Maxi Obexer, Jorge Louraço, entre outros.

Júris:

Sónia Ferreira

(Lisboa, 1976) é doutorada em Antropologia Cultural e Social (2009) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde é professora auxiliar convidada do departamento de Antropologia. É investigadora integrada no CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia onde desenvolve o projecto “(Re)Contar o império: narrativas pós-coloniais e produção mediática na “diáspora” portuguesa e cabo-verdiana” (DL 57/2016/CP1349/CT0007) (2018) e coordena o projecto europeu “# Ecos. Exílios, contrariar o silêncio: memórias, objectos e narrativas de tempos incertos” (2019), financiamento “Europa para os Cidadãos” (https://ecosexilios-cria.org).As suas áreas de pesquisa são as migrações e o exílio, a linguagem e a comunicação e os processos de racialização e memória pós-colonial. Desenvolve, na actualidade, pesquisa etnográfica em França e no Brasil.

Jorge Louraço Figueira

(Nazaré, 1973) escreveu as peças À Espera de Beckett ou Quaquaquaqua, A Grande Guerra do Patoá, Xmas qd Kiseres e O Espantalho Teso. É coordenador da Pós-Graduação em Dramaturgia da ESMAE (Porto). Fez a Oficina de Escrita Teatral de Antonio Mercado no TNSJ; o Seminário Traverse Theatre, com Enda Walsh e John Tiffany, nos Artistas Unidos; a Residência Internacional do Royal Court Theatre; e o Seminário de Escrita Teatral de J. S. Sinisterra, no Teatro Nacional Dona Maria II. Foi crítico de teatro do jornal Público e dramaturgo residente no Teatrão (Coimbra). No Brasil, trabalhou com os encenadores Marco Antonio Rodrigues e Cibele Forjaz, e publicou a monografia Verás que Tudo É Verdade, sobre o grupo Folias (SP).


Para mais informações, contacte-nos através do nosso e-mail ecos.exilios@gmail.com

%d bloggers like this: